paris 2

café da manhã em frente ao museu d’orsay. apesar da grandiosidade do seu acervo, o d’orsay é um museu leve, gostoso de ver. andar por lá é como dar um passeio. não tem aquele peso de mil anos de história que tem num louvre da vida, por exemplo. [talvez eu me sinta mais leve também porque o d’orsay é um museu moderno, o acervo não é roubado. me incomoda um pouco essa coisa de as obras terem sido usurpadas dos seus países de origem – como é o caso do acervo de arte antiga de um louvre ou um british museum da vida (coisa que aliás não vi na holanda). ainda que eu não tenha certeza se teriam sobrevivido em bom estado de conservação em seus locais de origem.]

caminhamos pelo sena até a notre dame. tentei rezar um pouquinho, mas me dá um pouco de raiva do povo sem educação falando e tirando fotos. eu acho assim ó: todo mundo reclama que acha um absurdo pagar pra entrar na igreja, só que ninguém visita essas igrejas por seu teor religioso e sim como se estivesse indo a um museu. ora, se você paga pra ir a um museu e encara a igreja como tal, nada mais justo que se pague pra entrar. o que eu não acho certo são as pessoas não pagarem e não terem o mínimo de respeito pra quem esta lá pra rezar. claro que eu entro na igreja e admiro a arquitetura, a história, coisa e tal, mas pra mim igreja é lugar de respeito (que eu teria em qualquer casa de deus, seja uma mesquita, uma sinagoga ou um templo budista).

demos uma voltinha pelo quartier latin e comemos por lá. me reabasteci de livros em uma livraria-parque-de-diversões de mil andares, já que tinha acabado de ler “o diário de anne frank” na grécia. paramos pra descansar no jardim du luxembourg, sempre tão lindinho e florido, com seus pombos vitaminados (lembrei de g., minha amiga que detesta pombos). então demos uma caminhada longuíssima até quase a torre eifel – no caminho descobrimos um mercadão chique chamado la grand epicerie de paris que é de ba-bar. pegamos o metrô pra andar um pedacinho, era um metrô legal que ia pela superfície e durante o percurso vimos a torre acender. chegamos ao trocadero para tirar a série de fotos que dez entre dez turistas que vão a paris tiram, ou seja, aquela clássica com a torre ao fundo. depois disso, entramos na fila pra pagar, fila pra entrar, fila pra subir, muita fila pra subir até o topo. não me incomodo de ir a paris mil vezes e tirar foto de turista no trocadero, mas por favor, não quero mais subir na torre porque esse programa vale 5 cocares e um apito. no final fazia um frio infernal, já era quase meia noite, eu estava morta e o cônjuge não cansava de tirar fotos noturnas. minha paciência tinha ido pro espaço e eu pedi pelo amor de deus pra ir embora. pegamos o metrô com muitos franceses mortos de bêbados (superbem vestidos e elegantes, como eles são), mas caindo de bêbados, tendo um surto patriótico, cantando o hino da frança e tudo que tinham direito. tive certeza que a frança tinha ganho o jogo da eurocopa. só no dia seguinte descobri que eles tinham tomado uma lavada da holanda. franceses são engraçados, perdem o jogo mas não perdem a majestade.

Um comentário:

Anônimo disse...

mari, adorei saber um pouquinho da sua viagem pelo blog. já que a gente não consegue se encontrar ao vivo e a cores... saudades! bjos!