eleições 2008

só sei de uma coisa: não voto em candidato que usa carro de som pra fazer campanha. aquilo não é só uma poluição sonora, é uma aberração sonora e deveria ser tratada como crime eleitoral. 

post de utilidade pública

por causa do sitemeter eu consigo saber o que as pessoas estavam procurando no google quando caíram aqui. normalmente elas não encontram o que estavam buscando e dão o fora no mesmo segundo. como algumas das buscas são recorrentes, vou fazer este post na tentativa de me tornar um pouco mais útil para essas pessoas.

aqui vai a minha singela tentativa de ajudar o google a ajudar você:

hotel uzimar na praia da boa viagem no recife: o endereço é av. conselheiro aguiar, 942. tel: (81) 3466-9662. a útima vez que eu fiquei lá tem uns 6 anos, por isso não tenho uma referência mais recente, nem de preço, nem de qualidade. do que eu me lembro, era um hotelzinho bem xexelento, que servia ao seu propósito por ser barato. se quiser se hospedar lá, vá por sua conta e risco.

a diferença entre retificando e ratificando (ou retificar e ratificar): taí uma dúvida interessante, porque as duas coisas são praticamente opostas. retificar significa consertar, corrigir, remendar (lembra de retífica de motores?). e ratificar significa "assinar embaixo", concordar com algo. se você confundir as bolas pode acabar dizendo o contrário do que pretendia.

modos de usar o cachecol: com o inverno aí, todo mundo quer esquentar o gogó com um toque de charme, não é mesmo? amiga, a última da estação é usar seu lenço ou cachecol com um nózinho na frente. tia mari te ensina a fazer o nózinho: dobre o cachecol ao meio, fazendo um U. coloque no pescoço por trás e passe as duas pontas do cachecol por dentro do U. aperte na frente e voilá! você estará linda e protegida para brilhar neste inverno.

agora, para os que batem aqui toda semana procurando por "simbad safari", "o universo conspira a meu favor" e "bamba cabeção" (fora os que buscam por outras bizarrices como "domésticas pagando calcinha"), desculpe decepcioná-los. sejam mais específicos e o google vai ajudar você.

pós-férias

descobri que o brasil é um país de gente rica, por isso o custo de vida aqui é altíssimo. nunca pensei que fosse ter essa percepção, mas o fato é que eu achei as coisas na europa mais baratas, ou pelo menos com um preço mais justo. fui no mundial, o menor preço total, reabastecer a geladeira e quase caí pra trás. no shopping então nem se fala! as lojas fazem liquidações de até 70%(!!!) e as roupas continuam com três dígitos.

por incrível que pareça, quase tudo lá fora é mais barato. exceto esmalte, que lá é tido como um item mais, digamos, glamouroso. logo esmalte, que é uma coisa que eu compro pra satisfazer meus desejos de consumo em épocas de vacas magras porque custa menos de dois reais. resultado: entrei numa onda esmaltes e agora compro uma cor nova por semana.

miami com mainardi

um hotel do tipo hotel-fazenda em miami. trata-se de um hotel bem popular, com clientela idem. nós e nosso casal de amigos c&r estamos lá porque é a opção mais barata. tem um ônibus do próprio hotel que circula pela cidade de miami, que também é bem pobre, parece cuba. um ônibus aberto, tipo jardineira, com uns bancos sem encosto. nosso hotel tem uma área de lazer externa, com piscina, quiosques e churrasqueira. lá estão na mesma entourage gilberto braga, ricardo waddington e diogo minardi (na verdade gilberto braga não se hospedou no hotel, preferiu um de categoria superior). diogo e ricardo, de sunga preta, estão no meio da plebe curtindo um sol na beira da piscina.

***

esta cena foi mais um oferecimento da fábrica de sonhos delirantes de mariana s/a.

galeria dos jardins do velho mundo


um jardim na espanha (catedral de barcelona)

um jardim na grécia (vulcão de santorini)

um jardim na frança (jardim de louxembourgo)

um jardim na holanda (mercado das flores de amsterdã)

um jardim no reino unido (st. james park em londres)

estatísticas

- 34 dias
- 6 países
- 10 cidades
- 2 vôos perdidos
- 8 meios de transporte diferentes: avião, metrô, ônibus, trem, bonde, barco, ferry, carro
- 2 idas ao mcdonalds – só pra comprar sorvete!
- + de 100 euros gastos com internet
- 5 euros engolidos em vending machines

e o mais incrível...

- 0 greves em paris!

a volta

apesar de termos chegado com muita antecedência no aerporto, quase perdemos o vôo e tivemos que correr feito loucos pra chegar no avião. eu tinha jurado que nunca mais ia passar por isso, mas sempre acontece de novo. uma dica: se você vai sair de londres no primeiro vôo (às 6 da manhã) e tem tax free pra fazer, faça o tax free antes, em algum posto do global refund na cidade. o posto da alfândega do aeroporto só abre às 5, ou seja, a chance de dar merda é enorme.

mais correria na conexão em portugal e mil horas no avião. mais ou menos o tempo que se leva pra voltar da região dos lagos num feriadão, afinal de contas era 1001-tap. aproveitei pra ver casa de samba e o caçador de pipas. choreeei (o que não é muito legal de fazer com um piercing recém colocado no nariz). chegada ao brasil, free shop sem saco e enfim, lar doce lar.

dia seguinte: trabalho. zero dias de descanso no rio, 100% de aproveitamento das férias. sem choro nem vela, afinal de contas, de que adianta ficar choramingando "ah, como eu preferia estar na europa..."? o lance é trabalhar feliz e com boa vontade, porque alguém precisa pagar as próximas férias.

londres 4 :: good bye

fomos à catedral de saint paul (a do código da vinci) mas não entramos porque tinha que pagar 10 libras – só dei uma rezadinha na capela anexa. de lá fomos no tate modern. adorei a coleção de arte moderna, tudo bem sinalizado. boas sacadas como botar um monet e um pollock na mesma sala e explicar a relação entre os dois – eu não faria essa conexão de cara.

caminhamos pela margem do rio e matamos a saudade da comida grega no “the real greek”.

voltamos para o centro e passamos o resto da tarde tendo um surto consumista numa loja baratérrima chamada primark. o surto foi tanto que saímos de lá com uma mala! encontramos d. e logo y. na apple store e fomos jantar no busaba de novo, a título de despedida. depois, último drink (pimms, é claro) num pub. foi uma noite ótima, rimos horrores como nos velhos tempos.

depois veio a parte chata: casa, arrumar a mala, cochilar uma horinha até o táxi para o aeroporto chegar.

londres 3

acordamos cedo mas não adiantou muito, porque enrolamos para sair de casa. fomos ao british museum (+ cacos do parthenon para colar, + cacos do resto do mundo). fomos vendo tudo sem fixar muita coisa. saímos morrendo de fome e comemos um cachorro quente cheio de cebola do lado de fora. andamos mais, fomos ao hyde park, ficamos lá vendo patinhos. de lá, fomos a uma rua só de restaurantes indianos e escolhemos um (chilli) pra jantar. era bom, mas certamente não o melhor indiano de londres.

londres 2

acordamos tarde. nesses últimos dias de férias o ritmo de turismo frenético já tinha se esgotado, resolvemos aproveitar o tempo mais relaxados. fomos direto pra bourough market, e nos entregamos a uma expedição gastronômica na feira, que é caótica e desordenada mas original e deliciosa. as descobertas em bourough market foram:

- hot dog de linguiça inglesa com bastante cebola e mostrarda;
- raclete com batata, picles e cebolinha e um queijo imoral derretido por cima;
- pimms, a sangria inglesa. trata-se de um destilado misturado com frutas e água tônica. só se bebe pimms no verão;
- world famous chocolate brownie (o bonitinho era que não era 1,5 o pedaço e sim 1,5 a indulgência);
- blueberry cheesecake;
- trufas variadas;

e todas as provinhas das coisas que você vai pegando nas barracas (de azeite trufado a suco de maçã).

de lá fomos a nothing hill, mas a feira de portobello já estava acabando. achei que ia ser mais bonitinho, mas achei meio muvuca. saí de lá com um piercing no nariz, [desejo antigo desde a minha primeira viagem a londres] e ganhei um desafeto do cônjuge, que ficou o resto da tarde sem falar comigo. nos separamos de d. que foi encontrar com amigos. eu e ele fomos andar pelo centro, leicester square (onde tem um genial aviso “cuidado, criminosos operam nesta área” faça a conta de placas se resolvem fazer a mesma coisa no rio!), oxford circus, loja da apple, palácio de buckinham, saint james park.

vimos elvis em um carrinho estilizado ouvindo e cantando elvis na maior altura, vestido de elvis, com a placa evsil e parando o trânsito. paramos na frente de um pub pra ver a holanda jogar (acabou perdendo pra rússia). pra seguir com a tradição oriental, fomos jantar num restaurante de comida taiwanesa, no chinatown. achamos a comida é mais leve que a chinesa tradicional, de um paladar delicado e bem saboroso.

encontramos d. e fomos tomar um “last drink”(guiness – ui) no pub pra passar pela legítima experiência londrina de sermos expulsos depois que o “bell rings”. como era de se esperar, esbarramos com mais outros muitos bêbados pelo caminho trocando as pernas. [me contaram que, de tão contidos os ingleses, eles precisam encher a cara pra se soltar. aí se soltam que é uma beleza. e no dia seguinte ostentam a mesma fleuma de sempre].

quase deu no london times

"brasileira tem surto histérico ao ver carro guiado por um fantasma. ela garante que o único ocupante do veículo estava sentado no banco do carona."

ou

" brasileira é atropelada nas ruas de londres. ela afirma que olhou para o lado de onde vinham os carros, mas um automóvel surgiu subitamente na contramão."

mão inglesa: use com moderação.

londres 1 :: don’t drink coffee i’ll take tea, my dear

pegamos o avião bem cedo em schipol e chegamos em londres ainda de manhã, mas ficamos uma hora e meia na fila da imigração. desaforo. pelo menos deu tudo certo e fomos liberados rápido. pegamos trem e metrô até o trabalho da amiga d. que fica no centrinho financeiro da cidade. almoçamos com ela num “japa in box”no jardinzinho em frente ao prédio. fomos fazer hora até ela sair, passamos no mercado (claro!) e fomos pra casa juntos.

à noite saímos pra jantar em picadilly circus num tailandês espetacular chamado busaba eathai. mais uma vez, pato suculento, + franguinho frito com papaya verde, camarão apimentado, lulas e arroz de coco + cerveja thai. tudo devidamente documentado porque pobre que é pobre tira foto de comida. [na nossa mesa, porque as mesas são comunitárias, tinham umas brasileiras que além de terem pedido o pato porque viram o nosso, acabaram tirando foto da comida delas também].

voltamos um pedaço andando para passar em frente ao big ben, london eye e tals. estávamos no ponto de ônibus quando chegaram umas garotinhas muito novinhas, todas arrumadas e mortas de bêbadas. daí que eu ví que bêbado é igual em todo lugar do mundo: a mais bêbada de todas teve um surto etílico-amoroso e ficava abraçando (caindo por cima) das amigas dizendo “you’re sooo pretty!!! i love you sooo muuuuuuch”. álcool pode, sim, combinar com ternura.

em todo lugar se fala português em londres, eu tive a impressão de esbarrar com mais brasileiros em londres do que na feira hippie de ipanema, onde tem muito mais gringo do que no próprio reino unido.

amsterdã 3 & zanche saans

o dia amanheceu bem chuvoso, mas caminhar é preciso. como tínhamos comprado o i amsterdam card que dava direito a alguns museus, resolvemos aproveitar e ir no museu da história da cidade de amsterdã. eu não dava nada por esse museu e acabei achando simplesmente genial. como o nome diz, o museu conta a história da cidade desde a fundação até os dias de hoje, mas de uma forma interativa e multimídia que faz você entrar no clima. além dos personagens ilustres que fizeram a história de amsterdã, eles mostram também as pessoas comuns e como elas participam ou participaram da vida da cidade. e, como não poderia deixar de ser, eles abordam até os assuntos polêmicos, como a “liberação”das drogas, sem preconceito.
aqui um parêntesis: os holandeses dão um banho em como se fazer museu. eles são muito bem contextualizados, sinalizados, te fazem pensar e ter uma postura crítica em relação ao que quer que esteja sendo exposto, não é aquele bando de obra jogada ao acaso. achei todos sem exceção muito, muito bons.

de lá, pegamos um trem pra uma cidadezinha bem perto de amsterdã chamada zanche saans (mais um nome impronunciável – pra comprar o bilhete do trem eu mostrei um papelzinho com o nome da cidade para a pessoa do guichê). o lugar parece de brinquedo, com seus moinhos e casinhas de boneca – que abrigam uma fábrica de queijo, fábrica de tamancos de madeira e outras coisas típicas. bem fofo e meigo.

de volta tentamos ir no nemo (museu de ciências), mas ele estava quase fechando. fica pra próxima. fim de tarde de andança pelas ruas, o que quer dizer um pouco de shopping (sem grandes compras). chegamos ao voldelpark, onde estava tendo um concerto de piano e violino, com o sol, estava um clima ótimo. muitas pessoas chegam de bicicleta e deitam na grama aproveitando o sol.

jantamos no wok to walk (tipo um spoleto só que de yakisoba, bem bom) e fomos dar a última ronda noturna pela cidade.

amsterdã 2 :: you don’t have to put on the red light

café bem bom no albergue.

primeiro destino turístico: museu casa de anne frank. assim que entrei já comecei a chorar, é emocionante do início ao fim. fiquei feliz de ter lido o livro, fez muita diferença, e como eu tinha justamente acabado de ler, o envolvimento foi maior ainda.

andamos até a centraal station decidimos comprar o i amsterdam card de um dia. passamos pelo red light district de dia. mulheres bem feias, o cônjuge ficou um pouco chocado, mas eu de verdade não fico nem um pouco. oras, o grande barato de amsterdã é que apenas se institucionaliza o que todo mundo sabe o que existe! mas brasileiros parecem estar mais acostumados a fazer as coisas por baixo dos panos mesmo...

depois museu van gogh, também emocionante. por coincidência, foi outro museu que ter lido o livro (cartas a théo, lindo e triiiiiste) fez a diferença .

pra fechar a tarde cultural, rjskimuseum (não sei falar esse nome, aliás não sei pronunciar quase nada em holandês) - achei que seria um museu gigantesco mas nem é. achei interessante, disposição, as explicações das obras, a grande obra de arte "the nightwatch" do rembrant. museu agradável.

almoçamos umas costelas de porco imensas "unlimited", mas eu não aguentei nem o que veio no meu prato. haja larica!!!

fomos fazer o passeiozinho de barco pelos canais, eu achei aprazível, o cônjuge uma perda de tempo. à noite, rolézinho pelo red light. eu ainda não tinha ido à noite – da primeira vez achei que devia ser perigoso, mas nem é. pelo menos à noite aparecem umas mulheres mais bonitinhas pra fazer ponto na vitrine e as ruas ficam lotadas de clientes e curiosos. vimos até um “walking tour”guiado pela zona. só mesmo em amsterdã

paris-amsterdã

madrugamos e partimos bem cedo pra gare du nord para tomar o trem pra amsterdã, que foi bem mais divertido que avião! primeiro porque era novidade, segundo porque a gente vai apreciando a paisagem enquanto não está dormindo. foi bem agradável a viagem, e melhor ainda foi chegar direto na centraal station e não no aeroporto que fica fora da cidade.

chegando ao voldelpark conhecemos valéria, uma brasileira gente boa que vai fazer uma grande viagem pelo continente. uma vez instalados, vamos começar os trabalhos, ou seja, comer. depois, passeio pelo parque. à noite, vimos a holanda jogar e ganhar, foi uma festa só na praça. bandos de gente doida comemorando.

primeiras descobertas gastronômicas de amsterdã:

sorvete do australian (o de mix de nozes é o melhor)
croquete febo – um croquete “de máquina” - você coloca a moeda e retira o seu croquete.

o último frango em paris

bem em frente ao nosso hotel, na rue saint paul, tinha uma “boucherie”chamada l'artisan boucher. a especialidade do estabelecimento era um frango assado, desses de padaria. todos os dias a gente passava lá na frente e via um forno com os franguinhos girando, despejando uma deliciosa gordura por sobre uma camada de batatas e cebolas. tudo muito colesterol-free como é a comida francesa. depois, eles colocavam os frangos inteiros ou em pedaços em uma vitrine. o cheiro era fenomenal e ficava sempre cheio, com uma fila na frente. a gente passava e ficava babando, mas nunca comprava porque saía cedo e voltava tarde. combinamos de comprar o frango no último dia e comer no café da manhã, numa legítima farofada na place de voges. seria nossa despedida de paris. acordamos empolgados, abrimos a janela e... decepção! e a boucherie estava fe-cha-da. era segunda-feira, e nosso último dia. que tristeza!...

agora é preciso voltar a paris só para comer aquele frango assado. de outra forma, morrerei infeliz com esse desejo não-realizado.

paris - último dia

nosso começo de viagem em paris foi um pouco merde, mas o dia de glória chegou. sem grandes obrigações turísticas, só ficamos por conta de andar sem rumo e aproveitar a cidade. pra mim, esse é o melhor jeito de conhecer paris e, por isso mesmo, tivemos um dos nossos melhores

tomamos nosso café clássico – croissant, queijo e suco de laranja na pracinha. fomos andando até a ile de saint-louis, (piramos numa lojinha lindinha chamada pylones de lá passamos pelo quartier latin andando até a saint sulpice. como estávamos pela área, fomos ao museu cluny (de arte medieval) que eu não conhecia. uma coisa legal em paris é que cada museu tem uma casa coerente com sua coleção, o cluny é uma casa medieval, o pompidou é uma construção modernosa, o louvre é aquilo tudo e por aí vai. dando voltinhas pelo quartier latin, acabamos dando de cara com o chez clement da place saint michel, e almoçar lá de novo foi inevitável (comi frango mesmo). caminhamos mais, fomos de novo no les halles (ficamos horas encaroçando na go sports e não levamos nada). de lá passamos pelo pompidou, comemos um sorvete amarino (nada demais) e voltamos para o hotel para lavar roupa. depois da função, voltamos até a ile de saint louis pra provar o famoso sorvete berthillion, esse sim muito bom. tava lindo lá, entardecendo, um sujeito tocando, clima ótimo, sem aquela multidão de turistas.

pra fechar, um falafel no lás du falafel. isso tudo fizemos a porque nosso passe de metrô já tinha vencido. paris é uma cidade perfeita para um casal de gordos como a gente, que só pensa em provar coisas novas e deliciosas. mesmo andando tanto, é bom mesmo ir embora pelo bem da silhueta.

[nosso hotel (le sevigné) é muito bem localizado, o marais é um lugar ótimo pra ficar. o único defeito é que o quarto era muito barulhento, as paredes pareciam feitas de papel.]

paris 4

café da manhã em uma pracinha oculta do marais (em frente ao hotel de sens). fomos ao hotel des invalides ver o túmulo do napoleão. eu não lembrava de ter ido na parte do museu das guerras 1 e 2 e agora inauguraram um memorial do charles de gaulle muito bem montado.
de lá, atravessamos a ponte alexandre iii (a mais bonita) e fomos ver uma exposição sobre a maria antonieta no grand palais. tinha uma fila enorme e a exposição, pra variar, estava lotada. foi como se fosse um pedacinho de versailles , que deixamos de ir. (cônjuge não quis , preferiu ficar mais um dia em paris, como eu conhecia, por mim foi até melhor).

essas exposições [acho que a viagem em geral] me fazem pensar na minha ignorância sobre história e arte e me fazem ter vontade de estudar, ler. às vezes eu acho que a minha memória tem lacunas, há tantas coisas que eu li, estudei e hoje já não lembro mais, o que também dá uma certa angústia.

fomos andando pelo champs elisées até o chez clément. estava incrível e rendeu uma história engraçada.

a história do pato – eu tenho certo prazer em pedir uma coisa que eu não saiba exatamente o que é (contanto não seja banana) porque é sempre uma surpresa quando chega. em lugares onde você não fala a língua, isso é bem fácil de acontecer. mas dessa vez eu tinha certeza que tinha pedido pato (canard), só não sabia exatamente como ele viria. quando chegou, a carne parecia uma picanha mal passada fatiadinha. era macia, suculenta, vermelha e com uma capa de gordurinha. estava delicioso mas, como o pato que eu já tinha comido era uma carne mais escura, parecida com um frango e nem de longe tão saborosa, eu pensei: “me enganei, canard não é pato, canard é alguma outra carne”. do jeito que tava bom poderia ser até carne de cachorro que eu não me incomodaria. até que um casal do nosso lado pediu um cardápio em inglês e eu descobri que o que eu tinha acabado de comer era de fato pato, porque a tradução era “duck”. ou seja, comi um delicioso pato-filé sem ter certeza do que era! [mais tarde eu descobri que para o pato ficar gostoso assim tem que ser um bem novinho, coitado...]

sobremesa: creme brulé. demos uma descansada e à noite caminhamos até a bastille pra gastar mais uma fortuna na internet e comer um crepe.

paris 3

café da manhã na place de voges – pão de azeitona, queijos, pain au chocolat. estava sol, alguns pais e mães tinham levado os filhos pra brincar no banco de areia, apareceu até uma noiva pra tirar fotos lá (depois eu descobri que isso é comum – principalmente entre as asiáticas, elas vão pra paris ou roma tirar fotos vestidas de noiva, não sei se casam de fato – essa tinha um grupinho de acompanhantes arrumadinhos, deve ter casado em algum cartório).

de lá subimos pra montmartre. primeira parada, claro, sacre coeur. achei bem mais organizado, não pode tirar foto. ficamos rodando a pé pelo bairro, das outras vezes eu só tinha ficado mais naquele centrinho. tentei achar a casa e o bar da amelie poulain, ou quem sabe dar de cara com a própria. pelo menos achamos um lugar sensacional pra almoçar, era um lugar mais roots, não me pareceu muito turístico. o nome era le petit caboulot e pra quem quiser ir, fica no número 6 da place jacques froment). pegamos um ónibus e descemos no boulevard haussmann onde ficam os grandes magazines de paris. entramos na printemps e ficamos com aquele sentimento de “putz, eu sou muito pobre” [mas foi só essa vez na viagem]. passamos pelo ópera e tiramos umas fotinhas. pena que não conseguimos agendar uma visita guiada. (se no teatro colón em buenos aires foi legal, imagino que o no ópera seja melhor ainda). andamos até o enorme shopping forum les halles que estava totalmente lotado. fizemos umas comprinhas.

depois fomos ao arco do triunfo e descemos a champs elisées inteira, namorando as lojas. também estava um fervo. por fim, fomos parar na rue de moufetard pra comer crepes.

paris 2

café da manhã em frente ao museu d’orsay. apesar da grandiosidade do seu acervo, o d’orsay é um museu leve, gostoso de ver. andar por lá é como dar um passeio. não tem aquele peso de mil anos de história que tem num louvre da vida, por exemplo. [talvez eu me sinta mais leve também porque o d’orsay é um museu moderno, o acervo não é roubado. me incomoda um pouco essa coisa de as obras terem sido usurpadas dos seus países de origem – como é o caso do acervo de arte antiga de um louvre ou um british museum da vida (coisa que aliás não vi na holanda). ainda que eu não tenha certeza se teriam sobrevivido em bom estado de conservação em seus locais de origem.]

caminhamos pelo sena até a notre dame. tentei rezar um pouquinho, mas me dá um pouco de raiva do povo sem educação falando e tirando fotos. eu acho assim ó: todo mundo reclama que acha um absurdo pagar pra entrar na igreja, só que ninguém visita essas igrejas por seu teor religioso e sim como se estivesse indo a um museu. ora, se você paga pra ir a um museu e encara a igreja como tal, nada mais justo que se pague pra entrar. o que eu não acho certo são as pessoas não pagarem e não terem o mínimo de respeito pra quem esta lá pra rezar. claro que eu entro na igreja e admiro a arquitetura, a história, coisa e tal, mas pra mim igreja é lugar de respeito (que eu teria em qualquer casa de deus, seja uma mesquita, uma sinagoga ou um templo budista).

demos uma voltinha pelo quartier latin e comemos por lá. me reabasteci de livros em uma livraria-parque-de-diversões de mil andares, já que tinha acabado de ler “o diário de anne frank” na grécia. paramos pra descansar no jardim du luxembourg, sempre tão lindinho e florido, com seus pombos vitaminados (lembrei de g., minha amiga que detesta pombos). então demos uma caminhada longuíssima até quase a torre eifel – no caminho descobrimos um mercadão chique chamado la grand epicerie de paris que é de ba-bar. pegamos o metrô pra andar um pedacinho, era um metrô legal que ia pela superfície e durante o percurso vimos a torre acender. chegamos ao trocadero para tirar a série de fotos que dez entre dez turistas que vão a paris tiram, ou seja, aquela clássica com a torre ao fundo. depois disso, entramos na fila pra pagar, fila pra entrar, fila pra subir, muita fila pra subir até o topo. não me incomodo de ir a paris mil vezes e tirar foto de turista no trocadero, mas por favor, não quero mais subir na torre porque esse programa vale 5 cocares e um apito. no final fazia um frio infernal, já era quase meia noite, eu estava morta e o cônjuge não cansava de tirar fotos noturnas. minha paciência tinha ido pro espaço e eu pedi pelo amor de deus pra ir embora. pegamos o metrô com muitos franceses mortos de bêbados (superbem vestidos e elegantes, como eles são), mas caindo de bêbados, tendo um surto patriótico, cantando o hino da frança e tudo que tinham direito. tive certeza que a frança tinha ganho o jogo da eurocopa. só no dia seguinte descobri que eles tinham tomado uma lavada da holanda. franceses são engraçados, perdem o jogo mas não perdem a majestade.