palabras

corazón. milagro. diablo. culpable.

tem palavras que só fazem sentido mesmo em espanhol.

domingo no parque 2

saí do parque e me comovi: a areia voltou para o arpoador. uma lagriminha se juntou com protetor solar. tinha até um banco de areia, com piscininha, o mar estava lindo e calmo, perfeito para um campeonato de surf que estava tendo por ali. até o holofote ganhou uma pintura nova, está todo grafitado com peixes verdes e azuis, uma lindeza. sentei na mureta e respirei ar puro. domingo foi dia de trégua pro meu coraçao.

outro domingo

amigos, família, aniversários, crianças. poderia ser chato, mas é legal. eu é que ando um pouco chata, e se não fossem essas pessoas poderia estar mais.

inferno astral? não acredito nisso. acredito em marés. e acredito na lógica das doenças e terremotos: melhor que sejam recorrentes e de baixa intensidade que raros e avassaladores.

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além das pessoas, me fizeram feliz esse fim de semana: bolinho de camarão do chico & alaíde, aliás, gostosuras diversas. a perspectiva de voltar a arrumar a casa. copos de bolinhas. faqueiro novo que chegará pelo correio - a adoro comprar online e esperar encomendas pelo correio. sono em dia.

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note to self: relativizar a importância das coisas. estabelecer prioridades. quem/o quê é importante para mim? acho que sei a resposta.

querido diário,

hoje foi aniversário da minha mãe. foi de minnie.
semana passada eu brinquei de barbie na hora do almoço.
ontem, enquanto eu dava conselhos, ele fazia sorvete de creme.
eu queria ter uma babá. e que alguém me contasse histórias antes de dormir.
acho chato quando ele só quer jogar videogame e não brinca comigo.

domingo no parque

era uma miragem tomando espumante no azul marinho antes do meio dia.
era uma banda de palhaços que cantava benjor e me fez querer ter uma filha chamada teresa.
era um gato de chapéu, na garupa da moto (uma senhorinha disse que o dono era mau, porque o gato ficava preso).
era um cachorro chamado zeca camargo, sendo fotografado incessantemente pela dona.
era alguém passando a vergonha mais temida por um carioca: seu corpo era içado pelo helicóptero dos bombeiros.
era um protesto de bombeiros, que pediam um salário digno.
eram meninos oferecendo o corpo, em plena luz do dia.
era a miragem que continuava bebendo no azul marinho e o que me faltou foi coragem pra chegar e dizer: "oi, posso te fazer companhia?".
era eu pensando na vida num domingo em ipanema.

vou voltar, sei que ainda vou voltar

não sei se aqui ou acolá, mas é preciso ouvir cantar uma sabiá.

porque eu preciso voltar a escrever, mas é sempre a desculpa da falta de tempo, a preguiça, as horas consumidas com bobagens sem sentido.

porque eu andei meio monotemática, põe aí quase dois anos nisso. e sobre o tema que eu versava, muitos outros versavam bem melhor que eu, então não valia gastar pixels e caracteres com isso. (e o que é a internet senão um grande aterro sanitário de pixels e caracteres?)

porque eu gosto de falar sobre mim mesma, sabe? sei. obrigada pela atenção dispensada.