a família

os l. são o melhor tipo de gente que pode ter nesse mundo. me acolheram em sua casa aos 16 anos depois de terem visto uma foto minha (assustadora) com uma camiseta que dizia "go against the flow".

como eu já disse antes, pra mim é muito difícil falar daqueles que a gente ama, mas vou tentar fazer um retratinho de cada um:

minha mãe: uma ex-hippie com resquícios de porra-louquice do bem, professora de artes, cozinheira de mão cheia (especialista em flores comestíveis), fala pelos cotovelos e faz amigos em qualquer lugar, na fila do mercado ou na sala de espera do dentista (eu fui testemunha). adora conhecer lugares exóticos, se envolve em mil projetos como voluntária, é artista plástica nas poucas horas vagas. quero envelhecer como ela, vestindo roupas coloridas e quebrando todos os protocolos.

meu pai: daltônico, acadêmico de peso, o que em bom português a gente chama de caxias até a medula, religioso mas não fanático, engraçado, maníaco por golfe, leva uma vida social super intensa. avozão-coruja, muito correto, exigente e generoso.

minha irmã mais velha: linda de morrer, atlética, sensível, dá aulas de piano, tem uma família perfeita com um incrível casal de filhos loiros e um labrador amarelo. vive com o marido, fisioterapeuta, em indianápolis, numa casa que tem um cinema e uma mesa de sinuca no porão.

minha irmã caçula: se eu fosse espírita iria dizer que tenho uma ligação com essa criatura de outras vidas. hoje ela dá aula de literatura em uma escola experimental, tem uma filhinha de um ano formidável (que nasceu no dia 29 de fevereiro!), um marido gente boa que vende x-box no ebay. mas desde que eu a conheci, com 11 anos de idade, ela é a mesma pirada, falante, inquieta, debochada e brincalhona.

eles definitivamente são muito diferentes: lindos, cultos, gentis, engajados, interessados em outras culturas, preocupados com o meio ambiente, comprometidos com uma vida saudável, mente aberta, amorosos, tolerantes e cheios de senso de humor. resumindo: eu tive muita sorte na vida quando passei a fazer parte, de um jeito torto, dessa família. e mais sorte ainda de até hoje poder dizer: eu sou um deles.

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