nunca tinha me ocorrido associar o conceito de felicidade à palavra adequação. normalmente, quando a gente pensa em felicidade, vêm à cabeça imagens poéticas como "brilho na alma", "fogos de artifício", "borboletas no estômago", "pulos de alegria" e outras figuras de linguagem bonitinhas. mas estar feliz é justamente se sentir adequado na própria pele. é ser quem se quer, aqui e agora. é "cair bem", é pertencer. e o contrário equivale à tristeza.
corta.
estou no meio de uma reunião. tento me concentrar na pauta, mas tá difícil. eu não queria estar ali. eu preferia estar em qualquer outro lugar. preferia estar numa sala de cirurgia, com a barriga aberta - coisa que vai me acontecer em breve, diga-se - do que estar ali. por que eu não podia estar sendo operada agora? não era nem papo de pedir pra estar em paris, bankok, praga ou itacaré. tudo o que eu queria era não fazer parte daquele momento. estaria melhor lavando uma pia cheia de louça engordurada. desentupindo um banheiro. ou no trânsito da avenida brasil. ali eu vi que estava profundamente infeliz.
e mais ou menos assim a vida passa, numa alternância entre momentos de adequação e inadequação com o roteiro divino. e como num palco, somos ora como o modelo perfeito para o traje da existência, ora autênticos bufões no teatro errado.
2 comentários:
Oi Mari!
Amo o que vc escreve. É autentico, honesto com vc mesma e aí fica delicioso de ler....
Teve algum post em que vc falava que ninguem "te" lia....eu leio! E agora oficialmente!
Beijo com um monte de letras para que construa mais destas coisas boas,
Lu
PS. Se nao se lembrar de mim me avisa!!!!!!
eu queria ter escrito esse tetxo com vc. parece tão meu...
bêjoteamo
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