confissões que eu não ousaria fazer na faculdade

ainda tenho um pouco de vergonha de admitir, mas a verdade é que eu não vim ao mundo pra ver filmes. não é que eu não goste de ir ao cinema ou assistir um filme em casa, mas também não é uma coisa que eu me esforce muito pra fazer. talvez eu não seja uma pessoa áudio-visual, nunca fui fã de televisão, às vezes simplesmente o som e a luminosidade de uma tevê ligada me irritam.

na faculdade, e mesmo depois, sempre tinha uma obrigação implícita de se ver e comentar todos os filmes em cartaz. e eu ficava sem graça de não ir ao cinema toda semana e me sentia frustrada de não dar conta nem dos filmes que eu gostaria de ter visto. e pensava "quando sair em dvd eu vejo esse filme" e nunca via.

sei que se produzem e se produziram coisas fantásticas por aí. não me arrependo de nenhum bom filme que vi, apesar de não lembrar de tantos assim. e lamento sinceramente não ter visto os filmes essenciais na formação de uma pessoa.

só que... já passei dos 30 e sei que existem coisas que a essa altura não vou fazer mais. ok, pode ser que em algum momento eu me descubra uma cinéfila tardia, fique sócia de uma boa locadora e passe um ano trancada em casa recuperando o tempo perdido. pode acontecer, por que não? mas não sou boba nem nada de ficar alimentando expectativas em relação a isso. tenho um bom tempo de estrada pela frente e, consequentemente, muita frustração pra amargar. tudo bem com isso. só não preciso que me frustrar com o que tem poucas chances de se realizar.

enquanto isso daqui a pouco começa mais um festival do rio e me dá preguiça da histeria coletiva que toma conta das pessoas. tenho vontade de dinamitar as hordas de pseudo-cults que invadem botafogo. e volto a me achar um e.t., quem sabe um pouco intolerante. pelo menos dessa vez, passo longe da programação sem culpa.

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