na semana passada fui agraciada com um convite para o cirque du soleil. como sempre, encontrei uma boa oportunidade para filosofar.
a primeira coisa que chamou minha atenção [e depois eu vi que a minha amiga também ficou pensando a mesma coisa durante o espetáculo] foi como o ser humano pode ser aquilo que bem entende. como já disse, acredito que algumas coisas são pré-programadas, como o dna, mas existe uma vasta gama de opções a serem exploradas, experimentadas, desafiadas durante uma vida. por exemplo os artistas do circo, que podiam perfeitamente ser campeões olímpicos! o que eles fazem é incrível: sua capacidade de dar saltos, piruetas, de sustentar o corpo inteiro com uma mão e de se equilibrar numa corda bamba é igual ou superior a de um atleta. mas eles escolheram um caminho diferente: foram ser artistas de circo. poderiam ter ganho medalhas de ouro, poderiam ser mestres de ioga ou simplesmente professores de matemática. existem o que escolhem a glória, o aplauso, a competição, a ascenção espiritual ou o sossego. e ainda bem que existem as escolhas.
quanto mais impossível uma coisa nos parece, mais ela é admirada.
somos criaturas sádicas. no fundo, ficamos sempre na expectativa de que alguém erre, caia, faça uma bobagem.
mas, ao mesmo tempo, somos solidários e quando alguém de fato cai, aplaudimos com mais força, como quem diz: "tudo bem, cair faz parte, apesar disso você é um grande artista".
também somos solidários com aqueles que pagam mico. o sujeito é "pescado" da platéia, levado até o palco pra passar ridículo em público e nós aplaudimos pensando "coitado, eu não queria estar no lugar dele, vou bater palma para que ele não se sinta tão mal".
nossa alma estará a salvo enquanto formos capazes de rir dos palhaços.
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