(parte 1)
assim como já disse que a inteligência não tem nada a ver com classe social, da mesma forma está claro pra mim que a educação (ou falta de) também não. talvez ainda exista uma ilusão de que boas maneiras e um nível econômico mais alto estão correlacionados, afinal de contas, teoricamente, aquele que tem condições é mais “escrarecido”, como diria minha avó, pouco letrada e educadíssima. que ninguém se engane! os classe ab sem-noção fazem bandalhas como quaisquer outros. eles estão por toda parte e vão pouco a pouco envenenando o nosso dia-a-dia.
pra mim, as pessoas que andam no acostamento são as mesmas que furam fila e atendem o celular no teatro. trata-se da mesma raça que joga lixo na praia, na rua ou pela janela do carro. ou seja, o tipo de gente que deixa o cão cagar na rua e não limpa, que coloca o som alto em qualquer lugar, não importa a hora ou que compra coisas roubadas porque é mais barato.
esse povo só pode ser farinha do mesmo saco, porque suas condutas se baseiam em uma premissa única: o mundo gira em torno do meu umbigo, danem-se os outros. por “menores” que possam parecer suas faltas, elas denotam um tipo de princípio que representa a degradação da vida em sociedade.
definitivamente essas pessoas não merecem o meu respeito. para elas eu rogo uma praga bem pior do que uma simples diarréia com tosse eterna. imagino um castigo com um pouco mais de requintes de crueldade.
(parte 2)
a praga
considerando que os classe ab sem-noção têm um comportamento relativamente homogêneo, para facilitar o projeto de vingança vou criar um personagem, chamado abílio, que representa esse tipo de gente ao qual me refiro.
o que eu desejo que aconteça é mais ou menos o seguinte:
para ostentar seus pequenos luxos, abílio se endivida no cartão. depois de quebrar no banco, no ibi, na liderança e no taíí, abílio vai pedir um empréstimo na zogbi, a financeira que tem o netinho como garoto-propaganda. sua “desmoralização” começa aí, mas isso é apenas o início.
abílio está sem grana mas não perde a pose. um dia, enquanto dirigia feito louco, o carro da sua frente joga uma lata pela janela que bate no seu vidro. abílio perde a direção e bate. sai com algumas luxações, seu carro fica estropiado, mas ele não tem dinheiro para consertar. como seu plano de saúde está atrasado, abílio é obrigado a ir para um hospital do sus. chegando lá, padece horas na fila, porque alguns casos mais urgentes passam sua frente. seu estado não é grave, mas resolvem deixá-lo em observação, num quarto cheio de pacientes que gemem bastante durante a noite. fica esquecido por uma semana, ao fim da qual pega uma infecção hospitalar. a situação se complica e, ao fim de mais uma semana, abílio fica paralítico. entrou no hospital luxado e saiu de cadeira de rodas.
por causa de sua nova condição de cadeirante, abílio se muda para o andar térreo do prédio. seus vizinhos de cima não respeitam e jogam toda a sorte de porcarias no seu quintal, que ele recolhe com imensa dificuldade. o namorado da vizinha costuma parar o carro bem embaixo da sua janela e liga o rádio bem alto enquanto espera a amada descer. é a mesma coisa na volta, em torno das 3hs da manhã. abílio sofre de insônia e geralmente à essa hora acabou de dormir quando é acordado novamente pelo som do carro aos berros.
um dia, perambulando pela rua e se perguntando que mal fez pra merecer esse destino, abílio passa sem perceber com a roda da sua cadeira em um belo cocô de cachorro. sua mão se enche de merda. como a roda da cadeira é cheia de nervurinhas, os pedacinhos de cocô ficam presos nela e vão se soltando no tapete de abílio quando ele chega em casa. o ambiente fica com um fedor incrível.
abílio está a ponto de explodir. com a casa imunda e fedendo a merda, resolve dar um fim na própria vida. conclui que a maneira mais simples de se matar é enfiando a cabeça no forno. depois de passar algumas horas retorcido ao pé do fogão, percebe que não está nem perto do alívio da morte. então se lembra: há meses não paga a conta de gás.
***
cuidado, abílios do meu brasil. praga de libanesa costuma ser tiro e queda.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário