"(...) desembarcara num país impossível, fora de todas as classificações e experiências, onde descobrira, com uma lucidez quase cruel, que a fronteira entre o juízo e a perdição é uma linha demasiado ténue - o último raio de sol na praia de ipanema, o último raio de luz no olhar de uma mulata chamada benedita, antes que a luz crua da manhã a revelasse a seus olhos, antes mesmo que qualquer outro pensamento, como um corpo exuberante e escuro exposto na brancura dos lençóis de um hotel de luxo, onde morriam, todas as manhãs, as suas ilusões de sobreviver incólume às tentações do mundo."
[miguel sousa tavares em rio das flores, um livro que dói de tão bem escrito que é.]
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