domingo no parque

era uma miragem tomando espumante no azul marinho antes do meio dia.
era uma banda de palhaços que cantava benjor e me fez querer ter uma filha chamada teresa.
era um gato de chapéu, na garupa da moto (uma senhorinha disse que o dono era mau, porque o gato ficava preso).
era um cachorro chamado zeca camargo, sendo fotografado incessantemente pela dona.
era alguém passando a vergonha mais temida por um carioca: seu corpo era içado pelo helicóptero dos bombeiros.
era um protesto de bombeiros, que pediam um salário digno.
eram meninos oferecendo o corpo, em plena luz do dia.
era a miragem que continuava bebendo no azul marinho e o que me faltou foi coragem pra chegar e dizer: "oi, posso te fazer companhia?".
era eu pensando na vida num domingo em ipanema.

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